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Com alta busca por teste de Covid, médicos alertam para falso negativo

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Metrópoles

Neste mês de março, o Distrito Federal completou um ano desde a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus. Hoje, a capital soma mais de 310 mil infectados, e a quantidade de testes de Covid-19 realizados aumenta, à medida que os casos da doença seguem em alta.

No pior momento da pandemia, Brasília viu a procura pelos exames disparar. Empresas da iniciativa privada que promovem análises clínicas registraram aumento, na primeira semana de março, de 233,3% na média diária de amostras a fim de detectar o novo coronavírus.

Segundo levantamento do Sindicato dos Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do DF (Sindilab), a média de testes feitos diariamente era de 1,5 mil, até 25 de fevereiro. Em sete dias, o número cresceu e chegou a 5 mil.

Especialmente diante deste cenário, é necessário ter ainda mais atenção ao tipo de teste a ser realizado, para evitar resultados incorretos. Segundo a médica Heloísa Ravagnani, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, os exames identificam a infecção no organismo de diferentes formas, por meio do vírus ou dos anticorpos.

“Tem o RT-PCR, que é o padrão-ouro, aquele feito com o cotonete no nariz. Ele identifica o vírus”, aponta. “Há o teste de antígeno, que também procura o vírus mediante amostra retirada do nariz, mas que tem uma sensibilidade menor – o resultado sai em 30 minutos. E há, por fim, os exames sorológicos, que são os testes rápidos, os quais detectam anticorpos no sangue”, descreve a infectologista.

Diferentemente do RT-PCR, a sorologia verifica a resposta imunológica do corpo em relação ao vírus. Os testes avaliam a presença de dois tipos de anticorpos diferentes, IgG e IgM.

“O IgM é o anticorpo, uma defesa que é produzida de forma rápida pelo corpo assim que tem contato com o vírus. Indica infecção recente. Já o IgG é um anticorpo que fica mais tempo no organismo, demora mais para ser produzido, mas fica mais tempo. Indica que a pessoa já teve contato anterior com o vírus”, explica Heloísa.

Já dentre estes testes imunológicos que identificam a presença de anticorpos no sangue, o médico patologista Wilson Shcolnik, presidente do conselho de administração da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica, diferencia dois tipos:

1) Os qualitativos, que apenas mostram se está positivo ou negativo.

2) Os quantitativos, que apontam o resultado e também a quantidade de anticorpos.

O primeiro tipo é o conhecido teste rápido. Feito a partir da amostra de uma gota de sangue coletada no dedo do paciente, esse exame detecta a presença de anticorpos que o organismo produz contra o coronavírus. Aconselha-se a realização deste procedimento a partir do oitavo dia do início dos sintomas. O resultado fica pronto em até 30 minutos.

O segundo teste coleta o sangue na veia. Geralmente é feito em laboratórios e apresenta resultados mais completos, que saem em até quatro horas.

Teste rápido

Wilson alerta que, para apresentar um resultado correto, o teste rápido precisa ser feito em condições específicas. “Quando uma pessoa tem contato com alguém que está com Covid-19, ela demora alguns dias para começar a ter sintomas”, diz.

“Uma coisa que acontece paralelamente é a produção de anticorpos. Depois que a pessoa é infectada, ela começa a produzir anticorpos, mas varia de pessoa para pessoa. Tem gente que o organismo demora um pouco mais para responder, então a produção é um pouco depois”, explica.

Dessa forma, uma vez que o teste rápido identifica a resposta imunológica do corpo e ela pode demorar alguns dias para aparecer, é necessário esperar ao menos oito dias após o início dos sintomas para realizar este tipo de exame. “Caso contrário, vai ter um falso resultado negativo”, alerta Wilson.

Outro ponto que pode provocar um resultado equivocado é a qualidade dos testes. “Com essa onda que a gente percebeu de realização de teste rápido em qualquer lugar, na farmácia, em posto de gasolina […], o que aconteceu é que certamente não se tomou esse cuidado de usar o controle de qualidade”, comenta o médico.

“O que a gente recomenda é que os exames sejam feitos em laboratórios, com pessoal capacitado, treinado e que utiliza controle de qualidade para saber se os kits estão funcionando de forma adequada e, assim, evitar esses resultados falsos”, ressalta.

fonte: TNH1

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