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Governo indiano emite alerta sobre variante ‘Delta Plus’

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Pixabay

O Ministério da Saúde da Índia anunciou na noite da última terça (22) a descoberta de uma nova variante, chamada “Delta Plus” (B.1.617.2.1), que se originou da cepa dominante no país asiático, conhecida como Delta (B.1.617.2).

A nova linhagem surgiu em abril e foi detectada em pelo menos 40 amostras em três estados indianos, Maharashtra, Kerala e Madhya Pradesh. Desses, 16 foram só na província de Maharashtra, uma das regiões indianas mais afetadas pela pandemia.

Além da Índia, a variante já foi identificada em amostras do vírus em pelo menos outros nove países: China, Estados Unidos, Japão, Nepal, Polônia, Portugal, Reino Unido, Rússia e Suíça.

Segundo as autoridades de saúde indianas, os estados com os casos foram notificados e os serviços de saúde pública, alertados para “responder com medidas sanitárias focadas e mais eficazes”. Os governantes foram aconselhados “a tomar medidas imediatas de contenção da cepa em distritos e locais tidos como de alto foco, incluindo a prevenção de aglomerações, o uso da testagem em massa, rastreamento imediato de casos e a aumento da cobertura vacinal como medida prioritária”.

Embora no comunicado o governo tenha classificado a nova cepa como uma VOC, sigla utilizada para descrever formas do vírus com mutações que são de maior preocupação, não há ainda um consenso sobre seu potencial mais transmissível ou até mesmo perigoso do ponto de vista de saúde pública.

No início de maio, a OMS (Organização Mundial da Saúde) classificou um dos três subtipos da variante Delta como de maior preocupação e confirmou que ele era mais contagioso do que os outros mutantes do vírus. Além do potencial de maior transmissão, a variante indiana também apresenta mutações que permitem ao vírus escapar da proteção conferida por anticorpos –o chamado escape imunológico.

As mutações mais preocupantes encontradas na Delta são a D614G (identificada como a primeira mutação que o coronavírus ancestral sofreu e que se tornou presente em quase todas as linhagens subsequentes), a L452R (associada a uma transmissão até 20% maior e à capacidade de bloquear a ação de anticorpos), e a P681R (presente também na variante Alpha, a a primeira variante a ser identificada, no Reino Unido em 2020).

Estudos publicados recentemente no formato de pré-print e ainda sem revisão de pares apontaram que a mutação P681R permite um mecanismo chamado fusão célula-célula do vírus. Basicamente, dentro do corpo humano, o vírus se liga às células pela região de ligação ao receptor, também chamada de proteína S do Spike (de espícula), e, uma vez no citoplasma, ele se apodera do maquinário celular para replicar o seu material genético. Durante o processo de replicação e divisão, mais partículas virais são eliminadas para infectar novas células, e assim sucessivamente.

No caso da Delta Plus, esse mecanismo ocorre em células pulmonares, o que pode indicar ainda um agravamento do quadro.

A Delta Plus possui também uma mutação adicional, a K417N, presente na variante conhecida como Beta (B.1.351, ou identificada primeiro na África do Sul). Essa mutação é um dos possíveis mecanismos pelo qual a variante sul-africana consegue escapar dos anticorpos formados após a infecção natural pelo vírus. Somados, esses fatores indicam uma maior probabilidade de a Delta Plus ser mais transmissível, fugir da resposta protetora celular do sistema imune e também dos anticorpos, mas é preciso ainda confirmar esse potencial risco.

Até o momento, a transmissão da Delta continua dominante em relação às outras cepas na Europa, que deve chegar a até 90% das amostras após o verão, segundo um estudo divulgado nesta quarta (23). No Reino Unido, um relatório recente do governo britânico indicou a presença da variante em 99% das amostras sequenciadas.

Nos Estados Unidos, embora a variante Alpha ainda seja dominante –cerca de 7 a cada 10 casos são dessa mutante–, a Delta já representa 20% das amostras sequenciadas. Ela já foi encontrada em 85 países, segundo o último relatório da OMS.

Por outro lado, além dos 40 casos detectados, a Delta Plus não parece ter sua transmissão muito acelerada na Índia, que após passar pelos piores meses da pandemia em abril e maio deste ano vive agora um momento de estabilização em um platô elevado.

Dois estudos independentes conduzidos na Escócia indicaram que as vacinas de Oxford/AstraZeneca e Pfizer/BioNTech são eficazes contra a variante Delta, embora a eficácia global tenha sido ligeiramente menor do que aquela encontrada contra a variante Alpha –60% contra 73% para a vacina AstraZeneca e 79% contra 92% para o imunizante da Pfizer, índices ainda considerados bons por especialistas.

Nas últimas 24 horas, a Índia registrou 50.848 novos casos de Covid e 1.358 novas mortes –o país atingiu o recorde mundial de 6.148 mortes em um único dia no último dia 10, após a revisão de dados em um dos estados, superando as 5.444 mortes registradas nos Estados Unidos no dia 12 de fevereiro.

fonte: TNH1

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