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Servidores cobram do Governo de AL mais de 15% de reposição salarial atrasada

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FOTO: Cortesia/Sindpol

Sem aumento real desde o início da atual gestão do governo do Estado, os servidores públicos de Alagoas agora cobram que o Executivo pague, ao menos, a defasagem salarial causada pelos anos em que o Estado não concedeu nem a reposição da inflação.

A diferença entre a inflação acumulada de 2015 a 2020 e o que o Estado concedeu de reajuste é de 15,7 pontos percentuais. O cálculo leva em conta que, neste período, a inflação acumulada é de 34,47%, já os reajustes dados pelo Estado somam 18,77%. O cálculo das perdas pode ser ainda maior porque nos anos em que concedeu reposição salarial, o Estado o fez em cima de salários já defasados.

Na última terça-feira (20) o governo de Alagoas anunciou que vai repor a inflação de 2020, que ficou em 4,52%, no salário dos servidores, que desde 2018 não sofria nenhuma alteração. Na prática, a não reposição da inflação faz com que o salário dos servidores tenha um poder de compra cada vez menor.

Isso porque, tomando como exemplo uma situação hipotética em que dois pacotes de arroz custem R$10, e após a inflação, passem a custar R$ 14,52, significa que o consumidor ou compra menos ou precisará desembolsar mais para adquirir um mesmo produto. Portanto, se um servidor que em 2015 ganhava R$ 1.000, agora ganha R$ 1.187, mas deveria receber R$ 1.344, ou seja, o trabalhador tem uma perda de R$ 157.

Esses valores consideram apenas a reposição da inflação para o período, o que manteria o poder de compra do atual salário, mas sem nenhum aumento real. Ricardo Nazário pondera que a defasagem salarial preocupa a diretoria do Sindpol.

O sindicalista pondera ainda que além da perda salarial, a reforma da Previdência estadual aumentou a alíquota de contribuição previdenciária de 11% para 14% para os servidores da ativa, e saiu de zero para 14% para aposentados e servidores que ganham abaixo do teto.

De acordo com o Sindpol, o governador de Alagoas não concedeu nem reajuste nem reposição da inflação nos anos de 2016, 2019 e 2020. E, nos anos de 2015, 2017 e 2018, aplicou índices menores aos servidores. Ao mesmo tempo, o sindicato aponta que, em 2020, o preço do conjunto de alimentos subiu 24,67% na cesta básica.

Dispararam o preço do óleo de soja com 103,79%, arroz com 76,01%, frutas (25,40%), carnes (17,97%), batata-inglesa (67,27%) e tomate (52,76%), conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). MAIS PREJUÍZO Além disso, a defasagem salarial dos servidores do Estado pode ser ainda maior, já que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mede a inflação média do País.

Em entrevista à Gazeta de Alagoas em 2019 sobre a defasagem salarial dos servidores do Estado de Alagoas, a economista Luciana Caetano explicou que o mais grave de um reajuste salarial abaixo da inflação é que ele acomete, principalmente, as camadas de baixa renda, onde a propensão marginal a consumir é mais elevada, posto que a renda é quase toda destinada a consumo.

“Nesse sentido, o governo inviabiliza a retomada do crescimento, desprezando a lógica da demanda efetiva, em outras palavras, menosprezando o poder do consumo como incentivador dos novos investimentos”, justifica.

De acordo com o IBGE, o principal vilão da inflação de 2020 foi o grupo de alimentação e bebidas, que apresentou a maior variação (14,09%) e o maior impacto na composição da inflação (2,73 p. p.) no acumulado do ano.

Essa é a maior variação acumulada no ano do grupo desde dezembro de 2002, que registrou alta de 19,47%. Logo em seguida, aparecem como “vilões” da inflação os grupos de habitação, com alta de 5,25% e contribuição de 0,82 p. p., e artigos de residência, com 6,00% de alta e 0,23 p. p. de impacto. Em conjunto, estes grupos responderam por quase 84% da inflação de 2020.

fonte: Gazetaweb

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